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Back from outer space…

No início eu tive medo, fiquei petrificado. Achava que eu nunca viveria sem você do meu lado. Mas foram tantas noites em claro lembrando quanto mal você me fez que eu ganhei forças, aprendi a me virar. Então você me aparece, saido do espaço sideral. E eu dou de frente com você com esse seu jeito de mau. Eu devia ter trocado a porra da fechadura! Eu teria tomado suas chaves se eu soubesse por um segundo sequer que você voltaria pra me incomodar!

Então vai embora, saia daqui, dê meia volta porque você não é mais bem-vindo. Não foi você que tentou me derrubar com um adeus? E achou que eu desabaria? Achou que eu definharia e morreria?

Mas não, eu não. Eu vou viver! Enquanto eu souber amar eu sei que eu estou vivo. Eu tenho toda uma vida pela frente, tenho muito amor pra dar, eu vou viver! Eu vou viver!

Precisei de todas as minhas forças só pra não desabar, e eu ainda estou tentando colar os pedaços daquele coração quebrado. E eu gastei tantas noites sentido pena de mim mesmo, e eu chorei, mas mantive a cabeça erguida. Aí você me vê com outra pessoa, e eu já não sou mais aquela coisinha ingênua apaixonada por você. Então você resolve aparecer na esperança de eu estar livre? Só que agora eu guardo meu amor pra alguém que vá me amar.

Então vai embora, saia daqui, dê meia volta porque você não é mais bem-vindo. Não foi você que tentou me derrubar com um adeus? E achou que eu desabaria? Achou que eu definharia e morreria?

I will survive!

A tradução ficou péssima, mas eu adoro essa música!

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Mando chamar a mãe-d’água pra me contar as histórias que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar.

Ou pra cantar essa música, que eu ouvia, e ouvia, e adorava, e agora, depois de velho, que entendo que não é só uma sonoridade e poesia, adoro ainda mais:

No porto de Amsterdã
Os marinheiros cantam
Sonhos que os assombram
Ao largo de Amsterdã.
No porto de Amsterdã
Os marinheiros dormem
Junto com os estandartes
Ao longo das margens mortas
No porto de Amsterdã
Os marinheiros morrem
Cheios de porre e de dramas
Aos primeiros sinais
Mas no porto de Amsterdã
Os marinheiros nascem
Naquele calor espesso
De apatia oceânia

No porto de Amsterdã
Os marinheiros comem
Nas toalhas tão brancas
Onde o peixe escorre
E eles mostram os dentes
Pra morder a fortuna
Pra esconder a Lua
Pra roer os cordames
E o fedor de morua
Chega em meio às fritas
Que os seus dedos convidam
A chegarem mais
Depois se levantam à rir
Quase como um trovão
Fechando a Braguilha
E arrotando então

No porto de Amsterdã
Os marinheiros dançam
Esfregando a pança
Na pança das damas
E eles giram, e dançam
Como astros escarrados
Ao som arregaçado
De um acordeão ranço
E eles torcem a nuca
Pra se ouvirem rir
Até que, de repente
O acordeão chega ao fim
Então de jeito sério
Então de olhar firme
Eles trazem suas batavas
Pr’onde a luz lhes sorri

No porto de Amsterdã
Os marinheiros bebem
E bebem e re-bebem
e bebem ainda mais
Eles bebem à saúde
Das piranhas de Amsterdã
De Hamburgo ou além
Enfim, bebem às damas
Que lhes dão seus corpos firmes
Que lhes entregam suas virtudes
Por uma prata ou um ouro
E quando beberam demais
Se enfiam de nariz no céu
Se assoam nas estrelas
E mijam como eu choro
Nas mulheres infiéis
No porto de Amsterdã
Dans le port d’Amsterdam.1)

References

References
1 Tradução livre da música “Amsterdam @ wikipedia.org (en)”, sucesso de Jacques Brel @ wikipedia.org (en) na década de 1960
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