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Teoria Geral das Coincidências 102.

Como sempre, as coincidências vem de onde menos esperamos. Dessa vez foi um email que uma colega de serviço mandou pra todo mundo. Nada de mais, é uma crônica sobre Deus, o universo e tudo mais @ wikipedia.org (en). Ou sobre como a gente passa vida inteira pra descobrir o que algum filósofo grego @ wikipedia.org (en) e jogador de futebol @ wikipedia.org (en) da seleção do Telê Santana @ wikipedia.org (en) já tinha falado antes: “Só sei que nada sei”. (É verdade que o Lula também vive dizendo que não sabia de nada, mas de filósofo ele não tem nada).

Quando cheguei no meio do email, virei minha cadeira e disse pra ela (ela, a colega que mandou o email, que por acaso senta logo atrás de mim):

– Você me mandou esse email porque sabia que ele teria um significado especial pra mim, ou porque mandou pra todo mundo?

– Hein?!?! Significado? Caixa? Escrito frágil1)?!?!?

– O professor, de quem ele fala na crônica, é meu avô!

– Sério? Pois o autor da crônica é o tio do meu marido, por isso eu repassei!

Já ia falar que dessa vez a coincidência nada tinha a ver com o catalizador anterior, mas lembrei: o caso acontece em frente ao Tip-Top, na R. Espírito Santo… Poucos quarteirões pra baixo do Café Moema, na R. da Bahia, que pertencia ao ramo Moemense da minha família.2)

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1 by Kenji.
2 Tá, eu forcei um pouco a barra. São quase 6 quarteirões. Mas menos de 10 é “poucos” né? :-D
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Um cientista na minha vida

Bom, era um desafio do 100nexos, mas eu acabei sem saber sobre qual dos 3 escrever. de certa forma minha vida foi ditada por esses 3 cientistas, e não vejo como falar sobre um sem falar dos 3.

Um deles, o mais velho, era um desses intelectuais às antigas. Inteligente e brilhante como ninguém, com livre transito pela alta sociedade local. Casou-se com uma filha dessa alta sociedade, e como todo cientista das antigas, usou essa influencia pra garantir a sobrevivência sua e da família, enquanto se dedicava à cátedra e a carreira!

Era um cientista político, e como tal, amigo dos políticos. Sempre conhecido e chamado para grandes eventos, carregado de títulos e medalhas, é de uma época em que um cientista é um gigante entre homens… Uma nobreza à parte, uma aristocracia por si só.

Mas os tempos mudam, e a ciência deixa de ser uma expressão de nobreza para se tornar uma forma de rebeldia. Cientista era aquele que queria lutar contra o status quo de ser “apenas” mais um engenheiro, médico ou advogado. Aquele que queria ser algo mais. É nessa década de 1960 mítica que surgem meus outros dois cientistas. Um, filho de camponeses com ideais de liberdade, a outra oriunda da nobreza intelectual arcaica, buscando um rompimento nas barreiras da ciência. Ele em busca do rompimento do status quo acadêmico, de uma meritocracia real, se sentiu traído quando seus amigos idealistas aderiram ao sistema e abraçaram os cargos deixados pelos antigos mestres de quem discordavam. Ela ainda força as barreiras da ciência em vários sentidos.

Cada um me influenciou da sua maneira…

A ética, a postura e dignidade do primeiro foram sempre um marco, um ideal a alcançar. Sempre que penso em como a ciência deveria ser tratada, me lembro dele. Me lembro do tempo que ele ajudou a construir. Me lembro de hoje, e do que ele nos deixou como legado.

Do segundo, tomei os ideais de liberdade, a rebeldia e a força pra lutar.

Da terceira guardei quase tudo. Até o temperamento esquentado as vezes, educado sempre, carinhoso quando preciso; o gosto pela investigação, a preocupação com o futuro, o respeito pelo próximo, a força de vontade, a facilidade do perdão. Tudo isso veio dela.

A teimosia eu herdei dos três.

Não tem como separar minha vida da vida desses três cientistas: Meu avô, meu pai e minha mãe. A influencia deles e da ciência na minha educação e formação são imensuráveis. Tudo que sou hoje, devo a eles, esses cientistas extraordinários que me criaram e educaram dentro dos seus ideais.

Se hoje os homenageio, é porque sem eles, eu não seria nada.

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