2007 July 03 15:53:06 BRT

Franceses, evidências anedóticas, mal cheiro e blá, blá, blá

Rolou uma discussão numa lista qualquer por email… E não sei como, alguém disse que não acha os franceses mais fedorentos que nenhum outro povo, como por exemplo, os paulistas…

Sei-la se era uma ofensa aos paulistas, mas resolvi contar minhas evidências anedóticas sobre a higiene francesa.

Causo 1 – Pink

Ao chegar na Alstom fomos recebidos pelo chefe da equipe que nos apresentou aos restantes:

  • Aquele é fulano, aquele é ciclano, aquele beltrano, e aquele ali, in a pink shirt é o refulano.

Isso claro, no nosso primeiro dia. Era dia 2 ou 3 de maio, se não me engano. Sei que era bem o início do mês.

A segunda leva de brazucas só chegou 15 dias mais tarde. E nova roda de apresentações:

  • Aquele é fulano, aquele é ciclano, aquele beltrano, e aquele ali, in a pink shirt é o refulano.

Deus, será que era a mesma camisa? Observamos o resto do mês. Dia 16, camisa rosa, dia 17, camisa rosa, dia 18 camisa rosa, … dia 31 camisa rosa!.

Enfim, dia primeiro! Camisa azul!

A camisa rosa era a camisa do mês de maio. Em junho a camisa era azul!

girino 16:09, 3 Julho 2007 (BRT)

Causo 2 – Mas a francesa era linda de verdade…

Esse causo aconteceu nos idos de 2002 ou 2003, na distante capital da gália transalpina. E foi mais ou menos assim:

Todo domingo tinha samba. Saíamos de casa no final da tarde e íamos pro Chez Haynes onde um garçom brasileiro servia caipirinha e brahma, e uma banda bem bacana de brasileiros também, tocava samba. Convencemos eles até a tocar pra gente Pistom de Gafieira, mas isso era outra estória.

Sei que esse dia tinha uma francesinha por lá (sempre tinham várias, mas continuem lendo… continuem lendo…), encantada com a cultura e música exótica que embrenhavam o ambiente. Até aí nada de anormal, apesar de ter uma maioria de brasileiros e outros tipos de esquisitos e estrangeiros, francesinhas não eram uma coisa rara por lá. Mas essa era uma moreninha (de cabelos escuros, mas pele branca, nada a ver comas “nossas” morenas daqui) mignon, cabelo curtinho, rostinho de anjo. Vestido vermelho que mostrava que o corpo poderia valer a pena. E doida pra aprender a dançar.

Começa a música e um dos brasucas tira ela pra dançar, mas nem termina a música e ele já volta pro balcão com cara de desolado, o segundo brasuca continua a dança, mas nem 20 segundos se passam e ele abandona a dama. E assim até que um mais corajoso termina a música dançando com ela! Quando ele chega no balcão dos desolados, a turma toda já está rindo dele! Aí ele percebe que não foi só ele! Ninguém aguentou o cheiro da mocinha!

girino 17:33, 3 Julho 2007 (BRT)

Causo 3 – O cachorro e o padeiro

Toda manhã depois de 1:30h de RER B (na verdade era 5 min de metro linha 13, 20 min de busão pelo Périf 15 minutos de espera em Cité Universitaire e 45 min de RER B}}, chegávamos em Massy, na fábrica da Alstom. Entre a estação e a fábrica ainda tinha uns 10 minutos de caminhada, que no inverno justificavam esperar um busão que saía também a cada 15 min.

Mas quando não estava frio andávamos. E no meio caminho havia uma padaria, havia uma padaria no meio do caminho. Best croisant ever! Sério! Nenhuma padaria de paris ou de Vanves fazia um croisant (e um pain au chocolat) tão bom! Diria que dos meus 14 kg extras, pelo menos 4 vieram desses croisants! A atendente era uma típica atendente de padaria francesa: loirinha, gorduchinha (o único lugar onde se vêem gorduchas na frança é nas padarias!) e com aquela crosta preta nojenta por baixo das unhas mal feitas!

No início a gente sempre achou que fosse esse o motivo do gosto bom dos croisants (e outras patisseries) franceses: A crosta de sujeirinha debaixo da unha das gorduchinhas. A gorduchinha era simpática, passava sempre as férias em portugal e treinava o português dela conosco. Quando um de nós não aparecia ela perguntava porquê.

Mas o segredo dos croisants não era esse! Descobri por acaso, um dia, quando passei pela padaria fora do horário e vi o padeiro preparando o pão. A cena foi mais ou menos assim:

Eu entro na padaria e peço um croisant. A atendente fala que vai olhar lá dentro se já saiu e abre a porta atrás do balcão. Eu vislumbro a cena que me marcou pro resto da vida:

  • Um padeiro velhinho (já tinha visto ele antes) sem camisa, todo suado pelo calor dos fornos, com uma calça de pano branca suja de farinha e um avental manchado na cintura e um cachorro pastor alemão sentado ao lado dele. O padeiro amassava um pouco a massa e acariciava um pouco o cão, amassava um pouco a massa e acariciava um pouco o pão… Acariciava um pouco a massa e amassava um pouco o cão…

Enfim, o segredo dos croisants estava revelado! É uma mistura de suor de velhinho sem camisa com mãos sujas de pastor alemão amassando e afagando a massa!

girino 11:32, 4 Julho 2007 (BRT)

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